O trio elétrico nasceu simples e virou um dragão de ferro, agredindo com som alto. A música Axê tomou conta do Carnaval. Certamente é o gosto da maioria, mas nem todo mundo gosta.
Uma onda mundial cresce: A preocupação com natureza,
ecologia, harmonia interna das pessoas, a paz.
Muitas pessoas valiosas que participam deste movimento não
participam do Carnaval pois se sente agredido com som alto e
não se identifica com os assuntos dos blocos existentes.
A aparência tropical/rústico/internacional do trio torna ele numa atração turística também.
A mensagem intercultural e ecológica
O Bambu virou símbolo para o movimento mencionado por ser um material extremamente ecológico, económico e bonito pois pode ser usado sem ser trabalhado. A arte oriental de construção, aplicada no bambo baiano junto com a tecnologia européia e a música influenciada por todas as tradições traz o carácter da troca mundial de experiência e a queda de fronteiras culturais. A música radia o swing baiano com influencias de mantras, ritmos africanos, cantos indígenas e letras de assuntos ecológicos, morais e espirituais.
A própria construção de bambo e uma mensagem forte para o povo baiano que ainda aproveita muito pouco dos resources enormes naturais de bambu.
O desenho baseado em mascaras pode lembrar da
tradição do carnaval de assustar espíritos
interferindo com um trabalho espiritual.
O trio é menor, muito mais leve, mais seguro, mais flexível para transporte, tem um equipamento menor de mais qualidade. A música tende mais para fluente do que quente.
A plataforma do palco fica em 3m de altura, só, ainda fora
do alcance do publico, mas com contato facilitado. Com esta altura
torna se possível de se construir um teto de
proteção para os músicos e ainda não
precisa se preocupar com os fios atravessando a avenida.
As laterais não são paralelas, mas crescendo para cima,
sugerindo crescimento, florescimento, talvez lembrando ninho.
A construção será toda de bambu, um material
barato, mais estável e mais leve do que ferro. A
tradição asiática ensina o uso do bambo para
construção sem parafuso ou cola, só amarrado com
fios do próprio bambo. O resultado é extremamente
consistente, agradável e apresenta uma cultura milenar de
convivência harmoniosa com natureza.
O gerador de eletricidade fica menor e tem espaço em baixo
da base do carro. Uma construção própria fecha
ele para não radiar barulho.
Um motor elétrico fica ligado a tração do
camião para fazer os movimentos lentos na avenida sem barulho
e fedor do grande motor, usando pouca força do gerador.
O equipamento de som trabalha em estereo e com poucas caixas planas
(sem ser as cornetas típicos para o grave), dando um som mais
limpo, com menos distorção de fase e melhor
distribuição, principalmente par as áreas
diretamente em volta do trio. Os amplificadores e divisores de
frequência serão embutidos nas caixas, resultando numa
fiação extremamente mais simples e
operação mais segura, um aspecto mais arrumado e
espaço no andar de baixo do trio.
O técnico de som tem um acesso simples à saída
do trio para poder controlar a sonoridade na avenida mesmo.
Matthias Grob, Novembro '94